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LUTO Pode Impactar e Desequilibrar Toda a
Saúde Física e Mental
O LUTO pode, de fato, causar um
grande impacto na nossa vida, de um modo geral. Pode desequilibrar toda nossa
saúde, tanto física quanto mental e o nosso bem-estar social.
Recentemente tivemos o caso do
rompimento da barragem de Brumadinho-MG, o que
enlutou muitas famílias e toda a sociedade brasileira sentiu as dores e a tristeza
daquelas famílias mineiras, que de uma hora para a outra perderam tudo e
ficaram sem chão e sem rumo. Uma dor imensurável e inimaginável, para quem está
distante do acontecimento e dos fatos.
Poucos dias após tivemos mais uma
vez a triste notícia de 10 jovens
que perderam a vida em um incêndio no Centro Técnico do Flamengo, no Rio de Janeiro-RJ, o que deixou todo povo brasileiro
consternado, chocado e triste.
A sociedade exige das pessoas que
superem a dor e os traumas que esses acontecimentos
atrozes nos causam. Mas, é verdade que nesses momentos dificílimos precisamos
unir forças e buscar a ajuda de pessoas que possam nos confortar de uma forma
ou outra.
É verdade também que a perda de
um ente querido desequilibra nosso
organismo e pode gerar efeitos nefastos em nossa saúde, confirmam diversas
pesquisas.
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"Você perde o chão, você
perde sua essência, você o rumo. Você não sabe mais quem você é. São tantas
reconstruções, que sem ajuda, não há possibilidade de lidar com a
situação", descreve Ana Cristina, que é moderadora da Associação Casulo,
fundada em 2001, que organiza reuniões de apoio para pais que perderam filhos.
Ela conta que o luto, de maneira
geral, tem um impacto físico imediato. Falta de
apetite, insônia, resistência baixa, infecções
frequentes, taquicardias e problemas digestivos são alguns dos sintomas
descritos pela paulistana. Ana Cristina também conta ter desenvolvido “psoríase, uma doença de pele autoimune, que gera
lesões no corpo”.
"No início, você não come. Há um rápido emagrecimento na
maioria dos casos", diz. "Não é que você não tenha apetite. Você
esquece de comer. Você não tem apetite e não dorme direito. Ou porque tem
insônia ou porque não quer dormir mesmo. Eu muitas vezes não queria dormir. Eu
já estava vivendo minha realidade. Quando eu acordava, era a constatação
física, completa, que ela não estava mais aqui".
A fisioterapeuta Janice Ortiz
perdeu o filho Ricardo, 28 anos, há nove anos. "E um tsunami na vida da gente. Como se morrêssemos com nosso filho.
De repente a gente tem que renascer das cinzas e mal se conhece. Em princípio é
aquele choque, e a gente não percebe
o que está acontecendo em nosso organismo."
Menos de um ano depois, sob o
efeito do estresse, ela teve uma fratura espontânea na perna, provocada por uma perda de cálcio, que seu corpo passou a ter
dificuldade para metabolizar. "Entrei em um estresse
emocional muito grande, o que alterou todo o metabolismo e depois da
fratura fomos entender o que estava acontecendo. Eu estava trabalhando e
comecei a sentir a perna. Depois de uns dez dias acabei fazendo uma tomografia,
porque não melhorava, e constatou-se uma fratura
total."
Janice descobriu que estava com uma
alteração da paratireoide, glândula que ela
precisou retirar em seguida. Seu organismo, desregulado pela carga de stress, entendia que tinha excesso de cálcio e
eliminava a substância. Além disso, Janice perdeu apetite, depois comeu
compulsivamente e adquiriu “doenças crônicas no
estômago e na tireoide”. Sem contar a depressão.
"Nunca fui uma pessoa depressiva e hoje não consigo viver sem antidepressivo", diz.
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"Há também uma vasta
literatura sobre os sintomas provocados pelo luto, como tristeza profunda, sentimento de culpa, arrependimento
ou somatização. Há muitas evidências de que
a perda de uma pessoa próxima, que tem um grande significado na nossa vida,
terá um impacto importante na saúde", explica. Isso, entretanto não é uma
regra, diz, já que a perda é vivida de maneira muito individual e vai depender
das circunstâncias da morte: se ocorre de maneira súbita ou não, de maneira “trágica ou natural”.
Estudos mostram que: “o LUTO aumenta o risco de ter um INFARTO”.
Isso por conta de uma tríade
particularmente perigosa: elevação do ritmo cardíaco, tensão arterial e excesso de coagulação. Outro problema, felizmente raro, também pode
ocorrer: é a chamada “síndrome do coração partido”
ou "breaking heart" em
inglês, que provoca um “enfraquecimento súbito do
ventrículo esquerdo”.
Os mais expostos à síndrome,
amplamente descrita na literatura médica, são os homens viúvos, diz a pesquisadora belga. "Eles têm um risco de
acidente cardíaco maior, de ter o coração
partido não somente do ponto de vista emocional, mas também físico. Há mortes
que ocorrem depois da perda de um cônjuge, causadas por crises cardíacas",
diz.
O aumento do nível do cortisol, o hormônio
do estresse, também afeta as “funções
digestivas e o sono”. Além disso,
como descreveu Ana
Cristina e confirmou a psicóloga belga, o “sistema imunológico sofre um baque”, como aponta um estudo
publicado na revista Brain, Behavior and Immunity. A pesquisa mostrou
que a vacina da gripe surtia menos efeito em pessoas idosas que haviam perdido
um ente querido. Outro problema é a diminuição da
cognição, provocada pelo stress
crônico, que diminui a massa cinzenta
em certas áreas cerebrais.
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Grupos de ajuda, atividades
associativas ou mudança de vida. As pessoas lidam com o luto à sua maneira para
tocar a vida adiante. Em termos médicos, a psicóloga Emmanuelle Zech lembra que a
tendência é propor, logo após a perda, “antidepressivos,
ansiolíticos ou soníferos”.
Uma tendência, diz, observada na Europa e nos Estados Unidos.
"Não é sempre uma boa opção, é a opção
médica. Mas quer dizer também que sofrer quando perdemos alguém é
anormal. Vivemos em uma sociedade que transmite muitos valores de “bem-estar, felicidade,
realização pessoal”. Estamos dentro de um
movimento em que tudo que se distancia do bem-estar e da felicidade se torna
algo anormal", explica. Um comportamento estimulado e reproduzido nas
redes sociais. "As relações próximas são fundamentais para a
sobrevivência. Então é lógico que quando perdemos alguém exista um impacto físico, psicológico
e social".
A fisioterapeuta concorda com Emmanuelle Zech.
Segundo Janice,
essa "felicidade permanente de fachada”,
exibida pelas pessoas nas redes, não deixa espaço para que pessoas como ela
possam vivenciar sua perda. "Como você vai viver um luto no meio disso? Exigem
da gente que a gente supere. Essa palavra é horrível. E uma dor que não se
supera. A gente aprende a conviver com ela".
Fonte: VivaBem UOL
Edição, Adaptação e Comentários: Redação SCHNEIDER
Saúde e Terapia
Sérgio Schneider
CRT: 42.237
Sinaten: CTN-SP 2732
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TERAPEUTA DO SONO
Fitoterapeuta e Ortomolecular
Especialista em Plantas
Medicinais
Pós-Graduado em Fitoterapia
Clínica
Especializado em Incontinência Urinária e Prostatite
Principais Tratamentos: Ronco, Apnéia do Sono e Insônia
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